Autoaprendizado – parte 4
maio 12, 2015 § Deixe um comentário
Para fechar esta série, vou abordar mais 5 dicas que misturam um pouco de cada ponto que vimos nos posts anteriores. No primeiro deles, minha intenção era mostrar as “bases” de um autoaprendizado (metas pessoais, autoconhecimento e autoquestionamento), no segundo, a importância da motivação pessoal no processo e no terceiro, a necessidade de se organizar para aprender.
16. Faça uma lista dos tópico a dominar
Fazer listas ajuda a manter o foco nos assuntos que realmente são importantes aprender, além de ser divertido “ticar” o que já foi visto. É importante incluir o que é realmente relevante, mas também o que é interessante para você (aprender tem que ser prazeroso).
17. Dê um uso prático ao que aprendeu
Todos nós valorizamos os conhecimentos úteis, mas muitas vezes é preciso fazer um esforço consciente para usá-los. Crie suas próprias oportunidades para aplicar o que aprendeu, você se surpreenderá com a sua habilidade executiva.
18. Valorize o seu progresso
No decorrer da vida, nunca deixamos de aprender e esta é uma das muitas razões pelas quais o autoaprendizado é tão interessante. Muito assuntos, tópicos, questões e problemas significam muitas oportunidades, estímulos e realizações. Por isso, não se esqueça de valorizar a sua evolução e se lembrar de que ela acontece no seu ritmo.
19. Mantenha suas metas realísticas
Nada é mais frustante em um processo de autoaprendizado do que criar, nós mesmos, metas irreais ou inalcançáveis naquele momento. Por isso, tente manter as “coisas” em perspectiva e defina metas que sejam realmente alcançáveis.
20. Construa sua rede de “colegas aprendizes”
Somos aprendizes colaborativos por natureza. Use esse “dom” natural a seu favor e faça parte de comunidades online ou presenciais, onde possa conversar e debater a respeito do que aprendeu. Esse tipo de relacionamento realmente dá suporte e apoio durante a sua “jornada” de aprendizado e ajuda a “iluminar” o seu caminho.
É importante ter em mente que o papel mais importante em um processo educacional é o do aprendiz. Todos os outros “atores” (professores, instituições, governos, colegas, etc) participam como estimuladores, definidores de parâmetros e dialogadores do processo, mas se não houver aquela “chama interna”, aquela vontade em quem está aprendendo, o ciclo não se fecha. Aprendizado é na verdade autoaprendizado e ter consciência do impacto do nosso próprio papel e atitude como aprendizes é vital para desenvolvermos o nosso pensamento crítico e reflexivo.
Autoaprendizado – parte 3
maio 8, 2015 § Deixe um comentário
O sucesso de um autoaprendizado está diretamente ligado a duas importantes atitudes: comprometimento e organização. A primeira se relaciona com o assunto do post anterior, a motivação. Também incluiria nesse quesito a resiliência, que é a característica dos que superam situações adversas. A segunda atitude, organização, está ligada à capacidade de nos colocarmos disponíveis para o aprendizado, encontrarmos o tempo necessário e concentrarmos nossa atenção durante o processo.
Programar o que estudaremos faz uma grande diferença para a objetividade do aprendizado e organização do nosso tempo. As próximas dicas tratam dessa e de outras atitudes igualmente importantes:
11. Construa seu próprio plano de estudo
Essa é a sua chance de fazer as coisas do seu jeito. Estude o que quer (ou precisa) aprender, quando quiser e do melhor jeito para você. A ideia pode parecer estranha em um primeiro momento, mas acredite, não há nada melhor do que liberdade nesse momento. O aprendizado, mal comparando, não é uma corrida de 100 metros rasos, está mais para uma maratona. E como em uma “prova” de longa distância, é preciso encontrar o seu ritmo e seguir cadenciando.
12. Use o tempo (ou a falta dele) ao seu favor
Somos todos atarefados e o tempo realmente é curto para fazer tudo o que precisamos. Saber aproveitá-lo é usá-lo ao seu favor. Por que não “tirar” 30 minutos da sua hora de almoço ou a sessão na esteira da academia para estudar um tópico de interesse? Se você tem um smartphone, fica ainda mais fácil. Pode escolher ouvir uma aula, ler um texto ou assistir a um vídeo explicativo (sem esquecer do fone de ouvido para não atrapalhar o colega ao lado).
13. Persiga o conhecimento, não a nota
Sei que é difícil não ligar para a nota quando ela significa a diferença entre manter ou não uma bolsa de estudo, passar de semestre ou receber uma promoção. Mas, é importante ter em mente que notas não refletem necessariamente o aprendizado, são apenas uma das maneiras de medi-lo. O que conta, ao fim e ao cabo, é como aplicamos o que aprendemos na vida real, é o conhecimento de fato.
14. Crie maneiras de registrar o seu aprendizado
Comentei anteriormente sobre a importância de registrar o que aprendemos para estimular a retenção na memória de longo-prazo. O registro do conhecimento também vale como documentação da sua evolução.
15. Verbalize seu conhecimento
Uma coisa é saber que você aprendeu, outra é tornar o seu aprendizado conhecido. Verbalizar o seu conhecimento, além de ser extremamente recompensador, o ajuda a refletir no que aprendeu e a ter a real noção do quanto você realmente sabe. Escreva um artigo, faça uma apresentação ou um vídeo, enfim, coloque em prática o que aprendeu.
Autoaprendizado – parte 2
maio 6, 2015 § Deixe um comentário
As próximas 5 dicas se referem a um tema essencial para o autoaprendizado: a motivação. É sabido que motivação é um “estado de espírito” e como tal, é influenciada tanto por elementos externos, quanto internos. Geralmente, o papel do elemento externo é supervalorizado. Certamente podem ajudar ou prejudicar a sua motivação, mas o seu impacto se restringe a isto. São elementos auxiliares.
O que conta em motivação são os elementos internos, são eles que geram e mantém o estado. As dicas a seguir, se dedicam a abordar atitudes que auxiliam na manutenção da “vontade” de aprender.
6. Use estratégias conscientes de motivação
Sistemas de recompensa funcionam maravilhosamente bem quando utilizados em parceria com o aprendizado autodirecionado. Dê-se metas de curto-prazo, atreladas a pequenas recompensas pessoais (por exemplo, assistir aquele filme que tanto queria) e se concentre em conquistá-las.
7. Procure se contextualizar
Antes de aprofundar-se em algum tópico, é importante ter o contexto dele. Uma rápida pesquisa em uma ferramenta de busca na internet lhe dará uma visão geral do assunto e facilitará o entendimento dos detalhes.
8. Cultive a motivação intrínseca
Motivação intrínseca (aquela gerada por fatores pessoais) não vem naturalmente para todos, mas pode ser aprendida. Torne o seu aprendizado mais prazeroso, registrando fatos interessantes do seu processo ou planejando o compartilhamento do seu conhecimento com outros (ensinar é uma das melhores formas de aprender).
9. Compartilhe o seu aprendizado
Saber que você vai compartilhar com outros o que está aprendendo faz uma diferença enorme no processo de aprendizagem. Ficamos mais atentos aos detalhes e o processo de memorização fica mais apurado quando sabemos de antemão que transmitiremos aquele conhecimento a outra pessoa.
10. Crie algo com base no que aprendeu
Mantenha o hábito de criar algo com base no conteúdo aprendido, pode ser um diagrama, uma música ou uma anotação. O importante é registrar e criar maneiras de solidificar o conteúdo na sua memória de longo-prazo.
No próximo post, abordarei dicas relacionadas a programação de estudo.
Autoaprendizado – parte 1
maio 4, 2015 § Deixe um comentário
O termo autodidata tem raízes na Grécia antiga e traz embutida uma ideia muito simples: deveríamos nos encorajar a estudar de maneira independente. Muitas vezes, com a agenda atribulada e o dinheiro curto, é a opção que nos resta se quisermos continuar a nos desenvolver intelectualmente.
Para ajudar aqueles que querem “tomar as rédeas” do seu próprio aprendizado, seguem algumas dicas do livro “Organising Schools to Encourage Self Direction in Learners”, do pesquisador da UNESCO, Rodney Skager.
1. Defina as suas metas de aprendizagem
Você não pode alcançar o que não foi definido (ou se não souber do que precisa). Identificar o que se quer aprender é o primeiro passo de qualquer processo de autoaprendizagem.
2. Questione o significado das coisas
Crie o hábito de não aceitar as coisas como são e as perguntas virão naturalmente. Isso acontece porque, efetivamente, começamos a nos preocupar com as respostas.
3. Procure se desafiar
Quem disse que desafio não pode ser prazeroso? Há poucas coisas mais reconfortantes do que identificar um problema que você se importe e encontrar a solução para ele. Esse é o real significado do aprendizado.
4. Monitore o seu próprio processo de aprendizagem
O aprendizado é mais agradável quando é você que define os seus objetivos e parâmetros de avaliação. Independente de ter uma “nota”, tente mensurar o seu progresso em comparação com suas metas pessoais de aprendizagem.
5. Compreenda a sua própria abordagem
Sempre achamos que conhecemos o nosso próprio estilo e preferência. Mas, será que conhecemos mesmo? Tire um tempo para refletir qual formato ou mídia lhe ajuda a aprender melhor. Você se surpreenderá com os resultados que obterá utilizando o modo mais adequado para você.
Pretendo retomar esse assunto nos próximos posts. Até lá!
Tsunami digital
agosto 25, 2016 § Deixe um comentário
Confesso que queria encontrar um título mais impactante – pensei mesmo em chamar de “a quarta revolução industrial” – mas creio que a comparação seria limitada (e incoerente com a observação sociológica que indica a mudança de uma sociedade industrial para uma sociedade baseada no conhecimento). Procurando por uma metáfora, fiquei com a definição do Klaus Schwab (presidente do Fórum Econômico Mundial) – tsunami – se vê pequenos sinais à beira-mar e de repente a onda gigante te engolfa. O mundo digital do futuro (próximo), conduzido pela inteligência artificial, internet das coisas e (não canso de repetir, o cada vez mais famoso) big data têm promovido mudanças tão rápidas e densas que pode ser difícil dar um passo atrás e tentar entender o fenômeno. De fato, as transformações têm um potencial tão esmagador, que ao invés de surfar as ondas, podemos, de repente, nos encontrar “levando um caldo”.
Recomendo a leitura do relatório “Technology Tipping Points and Societal Impact”, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, com as tendências, cronograma e o impacto esperado na sociedade promovido pelos 3 condutores mencionados no parágrafo anterior. Quem quiser se preparar para a leitura das 44 páginas do relatório, faço um apanhado geral a seguir do que consta nele. Antes, penso ser necessário dar uma pequena explicação a respeito do motivo pelo qual se “bate” tanto na tecla da importância da tecnologia.
A palavra-chave do “mundo” em que vivemos hoje é interconexão. “Globalização”, “sociedade pós-moderna” e outros termos obscuros que se encontra por aí, tem na sua semântica a integração – seja ela de mercados, de pessoas, de culturas, de países, etc. Tudo é interligado: tecnologia, segurança, crescimento econômico, sustentabilidade e identidades culturais. A mudança tecnológica não é um fenômeno isolado, faz parte de um ecossistema complexo que compreende negócios, ações governamentais e as suas dimensões sociais. Por exemplo, para um país fazer um ajuste para o novo tipo de competição orientada pela inovação e criação de propriedade intelectual, todo o ecossistema tem de ser considerado – não é à toa que no ano passado a Finlândia reformulou o seu sistema educacional com foco no estímulo ao autoaprendizado e embasado principalmente pelo uso da tecnologia e o acesso à internet. Então, se algo muda (ou está mudando constantemente) como no caso da tecnologia, todo o sistema precisa se adaptar para manter-se sustentável.
Sem mais delongas, o que o relatório aponta pode ser resumido, “Zagallomicamente”, em 13 pontos principais:
1) Tecnologias usáveis e implantáveis: alguém se recorda dos tijolões que eram os celulares nos anos 90? E dos diminutos do início dos anos 2000? Por volta de 2025 podemos olhar os smartphones da mesma maneira. Há um certo consenso de que os primeiros celulares implantáveis estarão disponíveis no mercado dentro de 9 anos. Há mais consenso ainda em relação às roupas conectadas à internet.
2) Presença digital: há uns 15 anos, ter “presença” digital significava possuir uma conta de e-mail. Hoje, até nossos avós possuem um login no Facebook, no Twitter ou mesmo um site pessoal. Em 10 anos, cerca de 90% das pessoas no mundo terão alguma forma de presença digital. Com isto, pode-se concluir que 90% da população mundial estará conectada na internet. Não é pouca coisa em relação ao conceito de interconexão que comentei anteriormente.
3) A visão como nova interface: não sei quantos dos que me leem usam óculos. Eu pessoalmente, os uso desde os 13 anos. O que meus olhinhos míopes não esperavam é pela informação de que por volta de meados da próxima década, 10% de todos os óculos do mundo também estarão conectados à internet. Isto quer dizer acesso a apps (ou o que for a onda na época) literalmente ao alcance da vista. Também significa acesso e produção de dados em movimento.
4) Computação onipresente: esta tem a ver com a presença digital (ponto 2). É uma informação complementar. Hoje, por volta de 57% das pessoas do mundo estão conectadas à internet. 90% de conexão também significa a presença quase total dos computadores na vida do ser-humano. Não é por acaso que a inteligência artificial tem estado cada vez mais no centro da atenção de quem cria propriedade intelectual e que conceitos como machine learning, ex-machina e similares veem se tornando pop.
5) Tecnologia móvel: em português brasileiro, “combinamos” de chamar os telefones celulares de “celulares”. Mas em outras praias eles são chamados de telefones móveis e chamo a atenção para a palavra “móvel”. A mobilidade elevou a internet a outro patamar, e não vai perder força ou importância no futuro próximo. Pode-se esperar dispositivos mais sofisticados, mas sempre permitindo mobilidade.
6) Armazenamento para “geral”: em carioquês, para “geral” quer dizer para todos. Em 10 anos, 90% dos que tem acesso à internet, também terão armazenagem ilimitada e gratuita nas “nuvens”. Daqui a pouco quase ninguém terá que se preocupar em apagar foto ou vídeo porque acabou o “espaço” no celular.
7) A internet das coisas e para as coisas: óculos, roupas, eletrodomésticos e acessórios. Durante a próxima década, a previsão é que haja 1 trilhão de sensores conectados ao que usamos normalmente. Espera-se que estes sensores nos ajudem a melhorar a segurança (de alimentos à aviões), aumentar a produtividade (o que quer que isto signifique) e nos ajudar a administrar nossos recursos de maneira mais eficiente e sustentável (mesmo porque sempre precisamos de uma utopia).
8) Cidades e casas inteligentes: alguns hoje já são afortunados o suficiente para ter um ou outro eletrodoméstico conectado à internet (tipo uma smart TV ou um sistema de som). As previsões para a próxima década é levar cerca de 50% do tráfego de internet de uma residência para dispositivos ou aparelhos domésticos como frigideiras, geladeira, ar-condicionado, sistemas de segurança, dentre outros. O impacto em cidades deve-se dar principalmente no controle de sinais de trânsito e transporte público.
9) Big data significa big insight: praticamente todos os países do mundo promovem censos governamentais, mas eles são todos mais ou menos da mesma maneira – ou o cidadão recebe pelos correios ou vai um funcionário até a residência. A previsão é que até 2025, pelo menos 1 governo no mundo já tenha substituído seu processo de recenciamento por análise de dados em fontes geradoras ou armazenadoras de big data.
10) Robôs e o ambiente de trabalho: não é segredo de que algumas indústrias funcionam a base de robôs, mas o quanto deles estarão presentes no ambiente de trabalho, digamos, mais administrativo? Há uma previsão de que nos próximos 10 anos, cerca de 30% das auditorias corporativas sejam feitas por robôs. Alguns acreditam que seja também possível lançar neste prazo o primeiro farmacêutico robô.
11) Moeda digital: hoje cerca de 0, 025% do PIB mundial é negociado via blockchain (quem não está habituado com o termo, é uma espécie de “livro-razão” – ou razonete – em que se registra as transações em bitcoin ou similares). Alguns acreditam que esta porcentagem possa chegar a 10% do PIB mundial até 2025 (embora não seja muito crível). Mas muito provavelmente algum governo já estará coletando impostos via blockchain.
12) Economia compartilhada: em 2013 quando a consultora April Rinne causou “furor” em Davos ao falar sobre economia compartilhada (ou economia circular), pouca gente tinha familiaridade com o termo. Hoje, Uber e Airbnb fazem parte do clube do bilhão. Esta tendência não deve perder força na próxima década.
13) Impressora 3D: é considerada um dos “pilares do futuro da manufatura”. O epíteto já diz tudo. Acredita-se que em 10 anos, 5% dos manufaturados serão “impressos” em 3D.
Sei que o texto é longo, se você chegou até aqui, agradeço pela companhia.
A regra das 5 horas
agosto 2, 2016 § Deixe um comentário
Aos 10 anos, Benjamin Franklin deixou de lado a educação formal e virou aprendiz do próprio pai. Na adolescência não demonstrava nenhum talento particular – além da paixão pelos livros. Quando morreu, em 1790 aos 84 anos, era um dos estadistas mais respeitados dos EUA, o seu inventor mais famoso (entre outras coisas, inventou o para-raios – usado até hoje), além de autor e pesquisador, com trabalhos nos campos da meteorologia, teoria da eletricidade, demografia, entre outros.
O que aconteceu nesses 74 anos entre um ponto e outro?
Durante toda a sua vida adulta, Ben Franklin investiu consistentemente 1 hora do seu dia, durante os dias úteis, em aprendizado. Esta prática ficou conhecida como “a regra das 5 horas”. Segundo o escritor Michael Simmons, a rotina de Franklin consistia em algo parecido com o abaixo:
- Na parte da manhã estudava e escrevia sobre o que havia lido (a tal da 1 hora);
- Definia metas pessoais de crescimento (as conhecidas 13 virtudes);
- Se reunia frequentemente com pessoas de interesse similar para troca de ideias e melhores práticas;
- Transformava suas ideias em experimentos;
- Criava questões a respeito dos assuntos que estudava para refletir ao longo do dia, quando tinha mais tempo livre.
“A regra das 5 horas” pode ser considerada a “avó” de uma abordagem conhecida como aprendizagem ao longo da vida (ou lifelong learning), que considera que o aprendizado deve ser visto de forma acumulativa e feito de maneira constante e consciente durante toda a vida e não se restringir a um lugar e tempo para adquirir conhecimentos (escola) e a um lugar e tempo para aplicar os conhecimentos adquiridos (local de trabalho).
O que Warren Buffet, Bill Gates, Elon Musk e Mark Zuckerberg têm em comum (além de serem bilionários)?
Todos são adeptos da aprendizagem ao longo da vida e a fazem basicamente pela leitura. Warren Buffet passa de 5 a 6 horas do seu dia lendo – de jornais a relatórios financeiros e artigos acadêmicos – estimadas 500 páginas. Bill Gates, por sua vez, lê 50 livros por ano. Mark Zuckerberg se desafiou em 2015 a ler 1 livro a cada duas semanas. Elon Musk, segundo seu irmão, constantemente “devorava” dois livros em um dia quando garoto.
Obviamente ninguém precisa (e nem tem tempo) de ficar lendo o dia todo, mas implementar a regrinha do Ben Franklin é extremamente viável. Outro ponto que vale tocar é o fato da leitura ser a forma principal de aprendizado escolhida dos exemplos citados (inclusive do próprio Franklin). É a mais fácil de ser implementada (não é necessário nenhum equipamento especial – a não ser que se queira), livros, revistas e artigos impressos podem ser carregados sem muita dificuldade. Podem também serem lidos em horários variados, inclusive aqueles em que não se tem muito o que fazer – como a ida e volta do trabalho (se for de transporte público, claro). Além de permitir um aprofundamento maior dos assuntos estudados.
De qualquer maneira, uma coisa é essencial para colocá-la em prática: arrumar um tempo livre. Não tem jeito, este é o primeiro passo e o mais importante. É claro que meia hora é melhor do que nenhuma hora, mas é interessante focar nos 60 minutos por uma questão de conveniência – se dormimos 8 horas (pelo menos é o sugerido), 1 hora por dia representa 1/16 do tempo que ficamos acordados. Se trabalhamos alegadas 8 horas (alegadas pela CLT, pelo menos), 1 hora representa 1/8 do tempo fora do trabalho. Não é pouco, mas também não é muito.
Para melhor aproveitar este tempo, aí vão algumas dicas:
Planeje o aprendizado: pense cuidadosamente no que quer aprender. O que ajuda nessa hora é pensar no que se quer realizar com o aprendizado, definir as metas daí é “um pulo”.
Prática deliberada: ao invés de fazer as coisas de maneira automática, aplique os princípios da prática deliberada. Atividades como procurar um feedback honesto a respeito do que você sabe e colocar em pratica habilidades específicas que quer desenvolver ajudam na retenção do conhecimento.
Ruminação: o nome não é muito bonito, mas o sentido é ficar “matutando” o que aprendeu, pensando em suas perspectivas e assimilando seu contexto. Alguns compositores, como Tchaikovsky e Beethoven adoravam dar caminhadas. Steve Jobs também era fã da prática. Na verdade, a ruminação pode ser feita em qualquer lugar, ela acontece na sua cabeça – o que é necessário é estimulá-la conscientemente.
Separe um tempo para o aprendizado: sei que venho dizendo no decorrer do texto, mas vale repetir. Recomendo a leitura, mas pode ser feito de outras formas: conversando, assistindo vídeos, observando outros e, claro, frequentando aulas.
Resolva problemas assim que surgirem: muitos costumam “jogar pra debaixo do tapete” quando surge algum problema no aprendizado. Não faça isto. Não adianta passar para outro assunto, se você não entendeu o anterior. Mesmo porque probleminhas viram problemões se deixados de lado.
Experimente o que aprendeu: mesmo que não dê certo a princípio ou seja um pouco complicado, tente colocar em prática o que for aprendendo. Praticar é um dos melhores modos de testar uma ideia e aprender com seus resultados.
Uma das consequências da aprendizagem ao longo da vida é o estímulo ao autoaprendizado. Em um mundo em que o conhecimento (e sua produção) é um ativo valioso, depender apenas de aprendizado formal ou informal para adquiri-lo é arriscado – mesmo porque se formos pagar para alguém ensinar tudo o que temos que aprender, muito provavelmente não teremos recursos suficientes para tal. Encontrar formas de estimular a metacognição é francamente um dos maiores presentes que podemos nos dar.
Como ser um aprendiz online?
fevereiro 23, 2016 § Deixe um comentário
Quando se “fala” em aprendizado online, a primeira “coisa” que vem à mente são os tipos de cursos comumente chamados de “cursos online”. Embora se tenha a impressão de que são, digamos, uma versão pré-formatada de e-learning, curso online pode ser desde um tutorial até palestras gravadas ao vivo e disponibilizadas posteriormente. Há “1 milhão” de possibilidades do que se pode fazer.
A postura de quem se utiliza de aprendizado online conta tanto quanto o tipo de “curso” escolhido. Os dois pontos principais aqui são o comprometimento com a oportunidade de aprendizado e a participação ativa no processo. “Correr atrás” é importante para se fazer qualquer coisa, em aprendizado online assume um caráter essencial. Como é o aprendiz quem “conduz” o processo, proatividade é a diferença entre aprender ou não.
Como já escrevi a respeito de autoaprendizado em outros textos, possivelmente soarei repetitivo. Algumas atitudes são fundamentais e o fato de aparecerem recorrentemente, em minha opinião, só reforça a sua importância. O cerne da questão aqui é aumentar o horizonte educacional, portanto:
Descubra suas preferências de aprendizado: todos temos necessidades e preferências pessoais. Conhecer as próprias, é fundamental para escolher o que funciona melhor para si e a abordagem mais apropriada. Alguns retém melhor o conhecimento de forma visual, outros funcionam melhor ouvindo. Com o aumento cada vez maior da velocidade de navegação, a internet permite diferentes possibilidades. Uma vez identificado o seu gosto, fica mais fácil escolher atividades e exercícios que oferecem o melhor retorno.
Se dê tempo para refletir: para reter e absorver o que se está aprendendo, é preciso ter a chance. Como o processo acontece no seu ritmo, a pior decisão possível é correr para passar para o próximo módulo. Refletir em um tópico visto e desenvolver a sua própria opinião a respeito dele, facilita a memória de longo-prazo. Isto acontece porque o conhecimento novo é associado a conhecimentos pré-existentes na “forma” de correlação de ideias. Entre cada aula ou atividade online, se permita um tempo para pensar sobre os pontos principais – há um termo em inglês para representar esses pontos que acho incrível, takeaways – e formar suas próprias conclusões sobre como aplica-los no mundo real.
Estabeleça metas pessoais: o centro de um aprendizado é o seu objetivo. Para que aprender um “truque” novo, se o antigo ainda funciona? A motivação pessoal exerce mais influência durante um aprendizado do que em qualquer outro momento. Não é fácil se manter em curso, por isso ter claro aonde quer chegar é fundamental. Mais do que uma visão em longo prazo, “aonde quer chegar” pode ser dividido em pequenas metas, que permitam acompanhar a sua evolução ao longo do caminho por meio de pequenos desafios ou autoavaliações.
Transforme o aprendizado em uma experiência social: aprendizado consistente não é um desafio solitário. Encontrar pessoas com interesses e ideias semelhantes em redes sociais ou em fóruns online, permite não apenas colaborar com “pares”, mas também se beneficiar com suas habilidades e insights – além de se cercar de outros aprendizes online com tanto (ou mais) vontade em aprender.
Desafie suas ideias e opiniões pré-existentes: um cara que não canso de citar é o Eduardo Giannetti, um economista de formação que se tornou (na minha opinião) um dos pensadores brasileiros mais originais. O Giannetti tem um livro chamado “O mercado das crenças” em que instiga o leitor com a defesa da “tese” de que só acreditamos no que queremos. Quem quiser se aprofundar, recomendo a leitura, mas o que quero sinalizar é a importância de não se “apegar” às próprias ideias e convicções. Esta atitude pode ser até boa para “transmitir credibilidade” (embora discorde), mas é péssima para o aprendizado. Seres-humanos geralmente tem aversão em “escutar” que algo que acreditam é incorreto ou “mal informado”. Certamente ninguém é “dono da verdade”, mas “duvidar” das suas ideias e opiniões pode “abrir” um mundo de novas oportunidades de aprendizado.
Se permitirmos a possibilidade de que algo que acreditamos, muitas vezes durante anos, ser questionável, podemos descobrir coisas novas sobre nós mesmos e o mundo. Isto abre a “ cabeça” e o “coração” para um aprendizado que nunca acaba.
Momento “Aha!”
fevereiro 16, 2016 § Deixe um comentário
Para início de conversa, vale esclarecer que o título não tem conexão com a famosa banda dos anos 80. Escolhi porque me soa melhor do que “eureca”, por exemplo. O sentido é o mesmo, está relacionado àquela “hora” em que algo parece “clicar” na cabeça e o que era complicado, como em um passe de mágica, se descomplica. Aposto que em algum momento já aconteceu com todo mundo.
Quando estamos aprendendo algo, o momento “aha!” de tão esperado parece nunca chegar. Muitos se cansam e desistem no meio do caminho. Outros perseveram, mas encontram um processo tão repleto de frustações que aprender se torna sinônimo de sofrimento. Sei que muitas vezes conselhos como “siga em seu próprio ritmo”, apesar de corretos, tem efeito muito reduzido quando se está desiludido com a própria velocidade de aquisição de conhecimento.
É meio senso comum que perguntas são uma das melhores opções para se testar o entendimento. Mas elas também são uma das causas da desilusão com o próprio aprendizado quando propõe uma reflexão incompleta – e acredite, na maioria das vezes é esta a proposta. Isto porque a própria pergunta é incompleta. Ou é muito objetiva, ou é muito subjetiva, ou é simplesmente mal formulada. Para podermos refletir adequadamente a respeito de algum conteúdo – e estimular o tal momento “aha!” – devemos aprofundar 4 tipos (ou níveis) de questionamento (ou pergunta, se preferir):
O que este conteúdo diz?
Como este conteúdo funciona?
O que este conteúdo significa?
O que este conteúdo me inspira a fazer?
Vou abordar um pouco cada uma delas para poder contextualizar melhor (por exemplo, a pergunta 3, apesar de parecer, não levanta as mesmas reflexões que a pergunta 1).
O que este conteúdo diz?
Esta categoria de questionamento requer que se pense, literalmente, a respeito do conteúdo. É preciso focar tanto na ideia ou entendimento geral quanto nos detalhes-chave. Em literatura, por exemplo, é a famosa “interpretação de texto”. Entender o conteúdo em sentido literal é pré-requisito para que se possa, eventualmente, entendê-lo em níveis mais profundos.
É impossível alguém fazer qualquer tipo de inferência a respeito de algo se não entender o que aquilo quer dizer. Esta categoria é tão importante que gerou um dos pilares da Inteligência Artificial, a representação do conhecimento.
Como este conteúdo funciona?
Quando temos o entendimento literal do conteúdo, é hora de partirmos para o segundo nível de questionamento, o nível estrutural. Para facilitar o entendimento, vou usar como exemplo um conteúdo que tenha sido disponibilizado em texto (como este). Os seus questionamentos devem focar em vocabulário, escolha das palavras, estrutura do texto, habilidade do escritor (narrativa, recursos literários – como metáfora, por exemplo) e propósito.
A análise estrutural requer que se pense nas particularidades do conteúdo. Quanto mais entendemos as suas estruturas internas, mais entendemos as informações contidas nele. Quem conhece a respeito da hierarquia DIKW (comumente chamada de hierarquia do conhecimento) sabe que informação é dado contextualizado. Este nível procura exatamente esclarecer esta contextualização.
O que este conteúdo significa?
Este nível de questionamento lida com a análise inferencial e aborda as conclusões lógicas que se faz a partir do conteúdo. É o momento de se comparar conteúdos e ideias – relacionadas ou não – ao que se está aprendendo. Ao fazermos isso, estamos estimulando a formação da nossa própria opinião e argumentação em relação ao conteúdo utilizado para o aprendizado.
Mas atenção, embora tenha optado por não numerar os níveis de questionamento – para não dar a impressão de que são processuais – há uma certa relação com o grau de entendimento que temos do conteúdo. A análise inferencial é baseada na compreensão do conteúdo nos níveis literais e estruturais – não por acaso os níveis comentados anteriormente.
É realmente difícil responder a esse tipo de pergunta se não tivermos ideia do que o conteúdo diz, literalmente, ou como ele foi construído.
O que este conteúdo me inspira a fazer?
Quando se compreende profundamente algo, é natural que se queira agir, colocar para funcionar, colocar a mão na massa. Cresce a vontade em utilizar a informação ou a perspectiva desenvolvida. Este é o momento que temos a certeza de que aprendemos algo (e que chamei de “aha!”).
Mas é importante saber que nem todo mundo se inspira da mesma forma. Alguns se sentem impelidos a escrever algo a respeito, outros em aprofundar a pesquisa, outros em pensar em maneiras de tangibilizar, como por exemplo um produto ou negócio. Alguns querem participar de debates a respeito para testarem a sua convicção ou força do argumento. Não há modo certo e é isto que faz com que o aprendizado seja estimulante. É isto também que faz com que o aprendizado seja uma experiência pessoal. Ele nos “atinge” de maneiras diferentes.
E é também por isso que alguns (como este que escreve) defendem que o aprendizado seja estimulado por formas diferentes das tradicionais (também conhecidas como formais). A força do aprendizado formal só é potencializada quando incluímos o aprendizado informal e o autoaprendizado na equação. É bom aprender com o professor. Mas também é bom aprender com o Bill Gates, com o Steve Jobs, com o John Lennon e com o Zé das Couves, que vende verdura ali na esquina.
Para explorar o universo open source educacional
dezembro 15, 2015 § Deixe um comentário
Apesar da grande disponibilidade, o fato é que a qualidade dos materiais educacionais na internet varia muito. Alguns são excelentes, outros passáveis e muitos dispensáveis. Conhecer alguns critérios usados em curadoria digital pode ajudar muito na hora de separar o “joio do trigo”.
Gostaria de compartilhar 3 deles – peço que considerem como dicas para avaliar um material ou como metas, se por acaso estiver interessado em desenvolver um recurso / ferramenta educacional open source.
1) O material deve encorajar quem o acessa a querer criar e não apenas “consumir”: deveríamos considerar um material educacional (ou ter a intenção de deixá-lo) tão atrativo quanto uma peça de comunicação, mas sem nunca esquecer que os dois possuem objetivos diferentes – o segundo é atrair uma “audiência”, o primeiro é estimular um aprendizado. Deixar o aprendiz com aquela vontade de colocar em prática o conhecimento disponibilizado é a maior prova da qualidade de qualquer material que pretenda minimamente ser chamado de didático.
2) O material deve estimular o aprendiz a interagir com ele: aprendizado não é algo passivo, em que ficamos “parados” sendo “bombardeados” com informações e conhecimentos. Temos que interagir com o que recebemos para podermos, de verdade, nos apropriar deles. Por exemplo, sou mais atraído por ebooks ou tutoriais online que me permitam clicar, deslizar, escrever, arrastar, enfim, “mexer”. Interatividade gera um engajamento maior.
3) O material deve encorajar compartilhamentos, comentários e colaboração: autoaprendizado não significa aprender sozinho, significa saber aprender por conta própria. Aprender por conta própria envolve conhecer o próprio perfil de aprendizagem, envolve planejar o próprio aprendizado, envolve buscar os assuntos e os recursos mais apropriados para a sua necessidade. Nada do que citei envolve necessariamente se “trancar” no quarto ou na biblioteca com o rosto em frente a uma tela de computador (ou página de livro). Um processo de aprendizagem não é uma viagem fácil, sem “turbulência”. Haverá momentos de cansaço, de desinteresse, de não entendimento e de frustação. Compartilhar e colaborar com outros na mesma situação não só aumenta a possibilidade de retenção do que foi visto, aumenta também a motivação para continuar seguindo em frente. Tendo isto em mente, um recurso / ferramenta educacional open source deve dar possibilidade aos aprendizes de compartilharem exemplos, experiências e receberem feedback, nem que seja em um nível mínimo.
Um OER (Open Education Resource) é de extrema importância para aqueles que querem exercer o autoaprendizado, mas sua força e impacto podem ser melhor sentidos quando utilizados por um educador como recurso de ensino, seja em um contexto formal ou informal. Essa “dobradinha” – professor e OER – tem o potencial de mudar completamente a percepção que temos do que é (boa) educação.
Open Education Resources
dezembro 8, 2015 § Deixe um comentário
Também conhecido pela sigla OER. Nada mais é do que “coisas de graça na internet que se pode usar para aprender”. Apesar da minha definição “meio tosca”, OER tem sido tratada como coisa séria por várias instituições que estimulam o autoaprendizado, como por exemplo a “The William and Flora Hewlett Foundation”.
A base da OER reside em recursos de ensino, aprendizagem e pesquisa que estão em domínio público ou que tenham sido publicados sob uma licença de propriedade intelectual que permite a sua livre utilização. Engloba cursos completos, materiais de cursos, módulos, livros didáticos, vídeos, testes, software e quaisquer outras ferramentas, materiais ou técnicas utilizadas para apoiar o acesso ao conhecimento.
Um dos melhores exemplos de OER nos é dado pela organização TED, que no espírito do seu slogan (“ideas worth spreading”, algo como “ideias que valem a pena espalhar”) disponibiliza vídeos completos de seus eventos, alguns com legendas em vários idiomas, questões para discussão e transcrições dos vídeos que podem ser “baixadas” e que permitem anotações via programas como o Scrible.
Outro bom exemplo de “generosidade” educacional é o mundialmente famoso MIT, que disponibiliza cursos inteiros, com seus respectivos arquivos em pdf, no iTunes. Há também incontáveis ebooks e tutoriais disponíveis sobre diversos assuntos, como por exemplo os do Michael Hartl a respeito de linguagens computacionais, como Ruby.
Por que essas instituições, empresas e pessoas fazem isto? Por três motivos:
O primeiro, é que há muita coisa disponível na internet, mas ao mesmo tempo “solta” (no sentido de não organizada). Esse grande volume de recursos online precisa de algum tipo de propósito e organização para que possamos aproveitá-los verdadeiramente em um “ecossistema”. Com o crescimento do conceito da “democratização da informação”, a Internet tornou-se uma “placa de Petri” impressionante de conteúdos, esperando para serem descobertos. Como ninguém consegue peneirar tudo e encontrar esses recursos facilmente, surgiu a necessidade de uma “curadoria digital”. Essas instituições, empresas e pessoas se propuseram a realizá-la.
O segundo, são legislações que “pipocaram” ao redor do mundo – como por exemplo a da Califórnia criada após o caso “Williams vs. California” – para garantir o acesso a materiais didáticos atualizados.
O terceiro, que já comentei em outros posts a respeito do assunto, são os custos excessivos da educação formal (incluindo o da atualização de materiais didáticos), que estimulam a busca por outros meios de aprendizagem, como a educação informal e o próprio autoaprendizado.
No próximo post, pretendo abordar 3 dicas para ajudar quem quer explorar o universo “open source” educacional, possa fazê-lo de maneira mais direcionada.