A arte de perguntar
março 27, 2015 § Deixe um comentário
Interesante proposta da HBR, sugerindo que reaprendamos a arte de formular perguntas. Uma pesquisa da Universidade de Harvard levantou que 70-80% dos diálogos das crianças com outras pessoas é baseado em perguntas, enquanto cerca de 15-25% das interações dos próprios adultos envolvem perguntar ou questionar algo.
A razão é que durante nosso crescimento e até mesmo depois de adultos, as chances de recebermos maior reconhecimento ou recompensa se baseia em dar a “resposta correta”.
Bom, se há algo que aprendi nesses anos de estudo de metodologias e métodos educacionais é que em educação (como na vida) não há gabarito com a resposta certa. O que há são possibilidades e caminhos, daí a necessidade de se ter indicadores objetivos que permitam checarmos se o caminho escolhido está dando certo.
De qualquer forma, o argumento é que ao tentarmos “pular” diretamente para a resposta quando precisamos “fazer logo” algo (ou as suas variações corporativas “é para agora” ou “é para ontem”) e menosprezamos perguntar mais, o nosso processo de decisão se “empobrece”. Se “empobrece” porque ao perguntarmos mais e melhor, conseguimos ter uma perspectiva ampla da situação e chegamos a conclusões melhores. O resultado é que desta forma, é possível evitar um monte de retrabalho depois.
Harvard sugere 4 tipos de perguntas: “Clarificadora” (clarifying), “Exploratória” (adjoining), “Afuniladora (funneling) e “Elevadora” (elevating). Cada uma destinada a atingir um resultado específico. Vamos a elas:
Questões Clarificadoras: nos ajudam a entender melhor o que foi dito. Fazê-las auxilia a perceber o real motivo de algo ou a entender melhor o outro. São exemplos perguntas como “pode falar mais a respeito?” ou “por que você está falando isto?”. As pessoas geralmente não as fazem, porque temos a tendência de fazer suposições e completar as “partes faltantes” com o que achamos pessoalmente.
Questões Exploratórias: como o nome diz, são usadas para explorar aspectos relacionados à questão que são ignorados na conversa. As perguntas “como esse conceito se aplica em um contexto diferente?” e “quais são os usos que essa tecnologia pode ser aplicada?” são exemplos desta categoria. As perguntas exploratórias nos ajudam a ganhar um entendimento amplo a respeito de algo.
Questões Afuniladoras: nos ajudam a aprofundar algo. Esse tipo de pergunta é utilizada para entender a origem da questão, as raízes do problema. São exemplos perguntas como “por que esse passo foi incluído?” e “como essa análise foi feita?”.
Questões Elevadoras: nos ajudam a entender o todo (ou como se diz em inglês “see the bigger picture”). Mergulhar imediatamente em um problema dificulta enxergar o contexto global dele. Podemos perguntar algo como “dando um passo atrás, quais são os maiores problemas?” ou “será que estamos focando na questão certa?”. Esse tipo de questionamento nos ajuda a conectar melhor problemas específicos.
Que tal perguntar mais?
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