Inovação e adaptabilidade

setembro 3, 2015 § 7 Comentários

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Bycast, uma empresa com sede em Vancouver, tinha como foco de atuação até meados dos anos 2000, o envio de vídeo e conteúdo de áudio em forma comprimida através da Internet.  Com a popularização do YouTube e dos vídeos steaming, esse mercado desapareceu quase que “da noite para o dia”. A empresa precisava encontrar um novo mercado, “o tempo estava se esgotando e o nosso capital estava sendo queimado no processo de busca”, lembra Alan Chiu, ex-diretor da empresa.

A solução veio de uma fonte improvável, a instituição médica canadense The British Columbia Cancer Agency. Com uma “biblioteca” de CDs com imagens médicas que enchiam salas e mais salas, a instituição tinha cada vez mais dificuldades em mantê-los organizados e disponíveis para os médicos e pessoal autorizado das suas instalações de saúde. Como solução, a Bycast desenvolveu um software que auxiliava a gerenciar uma quantidade massiva de dados em diferentes localidades geográficas. “Isso levou à descoberta de um segmento de mercado em torno de imagem médica e compartilhamento de dados em vários locais”, Chiu lembra. Quando a Bycast foi adquirida pela NetApp em 2010, a sua base de dados incluía alguns dos maiores repositórios de conteúdo digital do mundo.

A inovação surge de maneira inusitada, mas uma das características essenciais do processo é a flexibilidade. É ela que permite que não nos agarremos a soluções costumeiras e nos adaptemos. Alan Chiu virou um dos sócios da Xseed Capital, uma empresa que atua como investidor-anjo[1] em novos negócios. Nesta posição, tem ajudado jovens empreendedores tanto financeiramente, quanto compartilhando seu conhecimento em negócios. Essa experiência o levou a ser convidado pela Universidade de Stanford – é um ex-aluno de lá – a contar um pouco da sua experiência e dar dicas de melhores práticas (para assistir ao vídeo, clique AQUI). Um dos seus conselhos, penso eu, transcende o mundo corporativo e pode ser aplicado em nossa própria vida.

“Seja intelectualmente honesto e adaptável” diz ele. Empreendedores (não só, mas também) tendem a ser pessoas naturalmente otimistas, mas não convém manter um “otimismo cego”. Quem é otimista sem ser honesto consigo mesmo está mais suscetível a ser enganado pelos seus próprios preconceitos. Estar aberto a novas informações, novos dados e novas recomendações é o primeiro passo para exercitar a sua habilidade em se adaptar.

Isto não quer dizer que não possamos ter nossas convicções, pelo contrário, acreditar em algo é de extrema importância para se chegar em algum lugar. Mas é preciso estar aberto à mudança e à correção de rumo.

Tricia Seibold, uma excelente designer e aluna em Stanford nos presenteia com seu talento, compartilhando um infográfico com as principais dicas da palestra do Alan Chiu. Em um post anterior, compartilhei um dos seus infográficos atribuindo-o a alunos de Stanford. Aproveito aqui para retificar a minha informação.

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[1] É o investimento efetuado por pessoas físicas ou jurídicas em empresas nascentes com alto potencial de crescimento (as startups) apresentando as seguintes características: é efetuado por profissionais (empresários, executivos e profissionais liberais) experientes, que agregam valor para o empreendedor com seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos além dos recursos financeiros, por isto é conhecido como smart-money ; tem normalmente uma participação minoritária no negócio; não tem posição executiva na empresa, mas apoiam o empreendedor atuando como um mentor/conselheiro.

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