Nova sala de aula
março 18, 2015 § Deixe um comentário
O “New Classrooms” é uma organização com princípios parecidos aos do “Flipped Classrooms”. Ambos dão um enorme valor à interação um a um entre professor e aluno. É a melhor forma de um conhecer o outro e do professor perceber a melhor maneira de estimular o aprendizado. Cada aluno tem sua própria “playlist” (é como chamam o plano de aula individualizado) e trabalha orientado pelo professor. Novamente, como no Flipped Classrooms, o tempo de aula é usado para a prática de trabalhos.
Vale a pena assistir aos vídeos explicativos do conceito:
http://www.newclassrooms.org/reimagine.html
É importante salientar que esse método não é novo. Foi pensado e colocado em prática há mais de 100 anos pelo John Dewey, que teve uma vida profissional muito ativa, que vai dos anos de 1870 até os anos 1950 (trabalhou até o final da vida, aos 92 anos). Para quem quiser reconhecer a sua influência, é a força conceitual por detrás do método de palestras e workshops, usados até hoje em educação corporativa.
Educação e Inovação (ou conhece-te a ti mesmo)
março 17, 2015 § Deixe um comentário

No último mês tenho publicado inúmeros posts a respeito de modelos educacionais, estudos e pesquisas, principalmente cognitivas e comentários a respeito de livros e casos. Penso que vale fazer uma “amarração” em tudo isto.
Educação hoje é vista como uma panacéia, é tanto a causa de todos os problemas, como a solução para todos os males. Repetidamente escutamos que o caminho para o Brasil é investir em educação e que a nossa atual, é de baixíssima qualidade. Confesso que estes mesmos argumentos foram a razão pela qual comecei a me interessar pelo tema, há uns 9 anos. Esse tempo me permitiu tirar algumas conclusões próprias e que gostaria de compartilhar (prometo que tem a ver com a tal “amarração” que comentei no parágrafo anterior).
Em primeiro lugar, investimento em educação não é fácil. Todos têm suas próprias convicções em relação aonde o dinheiro deve ser posto, o retorno demora a aparecer (certamente não em um ciclo eleitoral), é difícil medir esse retorno (porque envolve indicadores tão diferentes quanto comparar banana com maçã) e a área é um enorme “telhado de vidro” (basicamente dá para se criticar tudo o que é feito).
Se olharmos para um período de 20 anos, podemos perceber certa evolução: aumentou-se as exigências em relação à formação de professores (mestrado é exigido como premissa, pelo menos no ensino superior), aumentou-se o número de estudantes (descontado o aumento populacional, ainda assim temos mais gente matriculada e em mais níveis sociais do que antes), aumentou-se a oferta (mais instituições de ensino, pelo menos em termos de unidades) e se tornou mais abrangente a consciência da importância do tema (dificilmente encontraremos alguém desdenhando da necessidade dos “estudos”).
Certamente em termos quantitativos e de conscientização temos o que mostrar. A coisa começa a mudar de figura quando somos comparados qualitativamente com outros países. Nossa qualidade não é boa, apesar de saber que em alguns países que estão a nossa frente, a percepção interna da qualidade da sua própria educação não é das melhores (pelo menos nos EUA, onde tenho mais contato). Voltamos ao “telhado de vidro” que comentei anteriormente. Sim, temos que melhorar nossa qualidade. Mas, como?
Entra a minha segunda conclusão: educação, por si só, não gera crescimento ou inovação. Antes de ser crucificado, deixem-me fazer um adendo: o que é educação? É disponibilização de conhecimento? É abrangência cultural? É tempo de estudo? É aplicação prática? É comportamento social? Na minha opinião é tudo isso e mais uma coisa fundamental, desenvolvimento de pensamento crítico.
Digo fundamental, porque sem o pensamento crítico não é possível usar nossa “educação” para gerar inovação (e de quebra, crescimento) pelo simples motivo de que sem ele, não é possível conectar o conhecimento. É o pensamento crítico que permite usar a equação matemática aprendida na 5ª série, juntar com o conceito aprendido no segundo ano de faculdade, com o tema da tese de mestrado, aplicar na necessidade do “mercado” e criar a sua próxima patente.
E o que é o pensamento crítico? É a sua capacidade de análise, de reflexão, de abstração, de “pensar” criticamente em algo, tirar suas próprias conclusões e perguntas e depois, focar no “como?”.
Vamos para minha terceira conclusão: pensamento crítico não se ensina. Não se ensina em casa, não se ensina na rua e não se ensina na sala de aula. Pensamento crítico se estimula. E como se estimula? Promovendo debates, trabalhos em conjunto, troca de ideias, discussão (civilizada) de pensamentos opostos. Estimulando o auto-conhecimento (quem sou, do que gosto, como aprendo) e aceitando o resultado desse auto-conhecimento como legítimo (porque afinal de contas, é legítimo). Esse deveria ser o critério qualitativo da educação brasileira: “consigo estimular o pensamento crítico e a conexão do conhecimento”?
Agora vamos à “amarração” prometida. Tudo o que venho publicando no último mês faz parte de um esforço pessoal de “colocar pra fora” o que está na minha cabeça. Outro dia, um amigo me ensinou um conceito fantástico, “Nosce te Ipsum”, que significa conhece-te a ti mesmo (Armando, se estiver lendo esse post, fica mais uma vez o meu obrigado). É somente conhecendo a nós mesmos que podemos entender o que queremos e podemos fazer. E para mim, meu “nosce te ipsum” está ligado à crença de que ensinar é aprender e aprender é do seu jeito.
Sei que um post de blog não deveria ser tão longo, peço desculpas preventivas pelas mais de 700 palavras, mas a justificativa é que realmente não consegui resumir em menos.
De ponta-cabeça
março 16, 2015 § Deixe um comentário

Dando continuidade ao post anterior, 10 recursos gratuitos para quem quiser dar um “upgrade” em seus materiais educativos (ou dar uma “flipplada”). Cortesia da Edudemic:
Flipped II
março 16, 2015 § Deixe um comentário
O modelo se baseia na troca de prioridades em relação ao que se faz em sala de aula. Ao invés de usar o tempo para “passar” a matéria, ele é usado para atividades colaborativas, enquanto o conteúdo é passado por meio de videos online, que o aluno assiste fora do horário de aula.
A vantagem está em possibilitar um tempo bem maior para a aplicação prática do conteúdo (lembre-se do post a respeito dos pontos que motivam um estudante). Pesquisas mostraram que com o modelo, se reduziu o número de reprovações em inglês (de 50% para 19%), matemática (de 44% para 13%) e casos disciplinares (de 736/semestre para 249/semestre) em um colégio piloto em Detroit.
Flipped Classrooms
março 15, 2015 § Deixe um comentário
“Flipped classrooms” é um conceito desenvolvido pela organização Edudemic, para ajudar a melhorar a dinâmica das ações educacionais. Vale conferir:
Tabela periodica
março 14, 2015 § Deixe um comentário
A imagem acima mostra uma nova forma de visualização dos elementos da tabela periódica. Foram trabalhados por iniciativa de um professor de química da Inglaterra, Andy Brunning, em infográfico, levando em consideração elementos que ajudassem a compreensão pelos alunos.
Andy disponibilizou os arquivos para quem quiser, como forma de contribuir para o repasse da “matéria” e auxílio a professores do mundo todo.
Para quem se interessar, os arquivos completos das tabelas podem ser encontrados em:
Curvas de aprendizagem
março 13, 2015 § Deixe um comentário

Um estudo recente feito em conjunto pela Universidade de Stanford e pela Lumosity (que é uma organização que estuda a cognição humana), reexaminou o conceito de curva de aprendizagem no contexto das tarefas cognitivas. Descobriram que os modelos tradicionais usados para visualizar o desenvolvimento do aprendizado como um processo “suave” e consistente para cima, podem ser inadequados para descrever a complexidade do processo.
O estudo mostrou que o processo de aprendizagem pode ser melhor representado por uma sequência de pedaços de curvas, com pontos de transição distintos uns dos outros. Isto mostra que o processo de aprendizado não é sequencial (subindo de nível a medida em que se entra em contato com o conhecimento) e sim composta de “trancos e barrancos” que geram transições que ajudam a levar quem aprende para o próximo nível de performance – pelo menos no contexto das tarefas cognitivas.
Quem se interessar, pode ter mais informações em: http://blog.lumosity.com/learning-curves/
O que motiva os estudantes?
março 13, 2015 § Deixe um comentário

Excelente tópico para discussão e o melhor é perguntar diretamente para eles. Foi o que fez a Edutopia para 220 de 13-14 anos. A resposta é bem parecida com o que adultos respondem. Cada vez mais pedagogia e andragogia se misturam. As respostas foram compiladas em 10 pontos:
- Trabalhar com os pares (outros alunos)
- Usar tecnologia
- Conectar o mundo real com o mundo deles (project-based learning)
- Professores que amam o que fazem
- Tirar da carteira (ou da sala de aula)
- Dar apoio visual
- Deixar escolher
- Entender os clientes (os estudantes)
- Misturar tudo (obs:é o que chamo de conexão do conhecimento)
- Ser humano (com bom humor, de preferência)
Para mais detalhes:
Para reflexão
março 12, 2015 § Deixe um comentário
Traduzindo a frase do Alvin Toffler: “os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender”.
Eu apenas acrescentaria que aqueles que não entendem como a sua mente funciona, levam grande desvantagem na questão do aprender, desaprender e reaprender.
Protegendo a inovação
março 11, 2015 § Deixe um comentário

Temos o costume de achar que para criarmos um ambiente inovador em nossos negócios, basta modificar o clima da empresa, incentivar os funcionários a tentarem algo novo, investir em processos flexíveis, etc.
O que descrevi acima é apenas parte do processo, a parte que cabe à organização.Temos a parte que cabe à cada indivíduo e à sociedade como um todo. A sociedade como um todo pode ser entendida como o macro ambiente onde a organização está inserida: a cidade, o estado, o país. O que conta nesse macro ambiente é a legislação. Ela também deve necessariamente incentivar a inovação e protegê-la.
Não é novidade que é difícil manter os direitos autorais e de patente nos mesmos moldes de antes (que diga a industria fonográfica), por isso a discussão é necessária. Nossas leis de propriedade industrial e direitos autorais datam da década de 1990, são relativamente novas em relação a similares estrangeiras. Mas, o mundo em que vivemos hoje é completamente diferente do de 20 anos atrás.
Essa introdução, é para comentar um artigo da HBR a respeito do “innovation act”, que é um projeto de lei que está sendo discutido no Congresso americano e que traz mudanças em relação à lei atual deles para facilitar a proteção de inovações. Creio que esse é um assunto que deveríamos pensar aqui também, principalmente em relação ao emaranhado burocrático que tolhe a inovação brasileira.
Vale a reflexão:
https://hbr.org/2015/03/why-congress-needs-to-pass-the-innovation-act-this-time




